sábado, 24 de outubro de 2009

Sonhos

"Nós ainda somos tão novos, tão jovens. Ainda tem tanta coisa pra acontecer, e não da pra dizer como vai ser."
É. É verdade. E como eu me surpreendi ao perceber que me esqueci disso. Talvez esquecer não seja a palavra, mas por quase cinco meses, eu simplesmente não pensei nisso. E ao refletir sobre isso, percebi também que se não me fosse dito, não pensaria. Deve ser essa coisa do amor. Isso de realmente amar profundamente. De acreditar que você encontrou a pessoa certa, ou pelo menos a pessoa com quem você gostaria de ficar ao lado. Não é que eu quero que dure pra sempre, não penso nas coisas como definitivas. Mas pra ser sincero, pensar só no hoje seja quase tão errado quanto pensar só no amanhã. Será que não posso aproveiar cada segundo do meu maravilhoso hoje, esperando ter um maravilhoso amanhã também? Pra ser sincero, no fundo eu não consigo ser indiferente e pensar que não importa se vai durar mais uma semana, mais um mês, ou sei lá. Será que eu deveria ser tão natural, tão despreocupado, talvez desapegado, de não querer que dure muito, pelo simples fato de que eu gosto muito? Bejamin Constant disse certa vez que "infeliz daquele que nos primeiros segundos do amor, não acredita que ele será pra sempre". E de coração, eu fico reconfortado que pensadores importantes me entendam. Não me sinto então, tão errado de me reservar ao direito de acreditar no meu amor, de acreditar que ele é eterno, de acreditar que ele é infinito, de que é pra sempre. Não estou dizendo que quem consegue pensar de forma tão efêmera não ame, mas eu não sou assim. Eu não estou pedindo que seja eterno, mas que eu tenha o direito de pensar que será. Porque não quero está preparado para o fim. Não quero está desapegado a ponto de já esperar num futuro próximo encontrar alguém que vai me fazer feliz novamente. Por que eu tenho que pensar nisso se eu tenho comigo quem me faz feliz agora? Não tenho. Por que eu tenho que estar preparado para terminar daqui a tal tempo, com tanto que seja bom? Não tenho. Talvez eu mesmo pensando como Bejamin Constant, eu seja um tolo sonhador cujo a idade mental está precocemente envelhecida pra idade do corpo, e por ser jovem demais eu não tenha direito de pensar dessa forma. Mas sinceramente, prefiro pensar em mim mesmo como alguém que só entendeu cedo demais que o vazio de "curtir a vida sem se preocupar com nada" não me é suficiente. Só que eu descobri que eu acreditar no amor não significa pensar nas coisas como definitivas. É ter um sonho, sonho esse capaz de transformar meus medos em coragem. Eu não preciso que me ame da forma como eu amo. Eu não preciso que me queira eternamente, da forma como eu quero. Eu não preciso que sinta minha falta, da forma como eu sinto. E eu não preciso que dure pra sempre, se eu puder acreditar que vai.

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